Não foi estupro
Para configurar a prática de estupro é preciso que o agente use da violência ou grave ameaça.
No caso polêmico do rapaz que ejaculou na moça, não nota-se a violência ou grave ameaça.
Portanto, embora o clamor social seja no sentido de dar punição a este homem, temos que analisar que tipo de punição seria razoável.
Antes, temos que entender que o direito impede aplicação de uma pena, se não houver crime previsto em lei.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal
Mas houve de fato algo muito constrangedor para a mulher que teve seu corpo violado pelo homem que ejaculou em seu pescoço.
Na esfera civil, cabe indenização por danos morais.
Mas essa medida não é suficiente para impedir o sujeito de praticar novamente essa conduta. Ressalta-se que o mesmo tem histórico sobre o mesmo fato.
Então, a reflexão que devemos fazer é sobre o que fazer com essas pessoas? Trata-se de um doente que precisa ser tratado? De um ser humano que precisa ser moldado? De um homem que precisa de punição para aprender como lidar com mulheres?
E que punição seria justa? Prisão?
Enfim, essa polêmica vale o debate, e eu como jurista, não possuo as respostas, mas penso que antes de mais nada, precisamos refletir com serenidade sobre isso. Pois o objetivo não é punir um homem, e sim transformar um sujeito.
Queremos viver em harmonia, sem constrangimentos, seja sexual, físico ou psicológico.
Queremos uma sociedade melhor, e não um campo de batalha cheio de ódio, violência e debates ofensivos.
O que fazer? Você é livre para opiniar!
1 Comentário
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Infelizmente nós vivemos em um país machista onde as mulheres são tratadas como coisas e pior de tudo é que temos políticos que defendem o machismo e a "cultura" do estupro como é o caso daquele deputado da extrema direita que faz apologia ao estupro, homofobia e intolerância. No caso desse homem acredito que o mais correto seria uma internação compulsória o mais breve possível pois claramente ele não tem condições de viver em sociedade. continuar lendo